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Pesquisa aponta solução para plantações de café em geadas

Estudo realizado na região de Santa Rita do Sapucaí (MG) mostrou resultados positivos na redução de prejuízos nas lavouras

| Especial para o tudo ep -

Pesquisa aponta solução contra geadas nas plantações de café (Foto: Play no Agro)
 

O segundo episódio do "Play No Agro", que vai o ar neste sábado (18), às 7h20, na EPTV, vai mostrar uma trilha que foi reflorestada pelos produtores de café de Santa Rita do Sapucaí (MG). A produção cafeeira na cidade tem como preocupação o meio ambiente. Um outro problema que aflige os produtores da região são os eventos climáticos. 

Há anos, o clima é um dasafio para quem produz café na região. Um dos principais desafios, além da falta de chuvas ou do excesso delas, são as geadas. Pensando justamente em soluções que possam garantir ao produtor certa tranquilidade, um pesquisador de Santa Rita do Sapucaí criou um produto que protege o café contra esse problema. 


 

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O produto foi testado em fazendas da região, durante as geadas que atingiram o Sul de Minas em 2021. A descoberta surpreendeu o professor Francisco Eduardo de Carvalho. Isso porque quando deu início as pesquisas, o foco não era a proteção contra a geada, mas a adubação folia. "Esse não era o nosso alvo primário, mas no ano passado nos surpreendemos, porque as plantas que estavam sendo testadas, saíram ilesas da geada, enquanto as demais queimaram ou morreram. Foi uma grata surpresa.", explica o professor.

O mecanismo que atua protegendo a planta do café, de acordo com o professor é simples, se trata de um sobreengordurante que evita a formação de cristais de gelo na folha. "O nosso produto ele tem um sobreengordurante, no popular um detergente, mas atóxico, a gente já testou isso em animal, temos Propólis e Fitoextrato, ou seja ele é um produto que pode ser classificado como natural. Atóxico, porque ele chega em toxilogia nível cinco, ou seja, dá até pra beber. No ser humano, a gente sabe as moléculas que ele possuí, que tem ação anti-inflamatória", explica Carvalho.

Os produtores que fizeram parte da pesquisa e tiveram suas lavouras testadas, destacam que se trata de algo inovador. É o caso da produtora Paula Dias, que durante as geadas de 2021, temeu pelos seus talhões. "Eu pedi ajuda para o professor quando tivemos a geada no ano passado. Eu tive um vizinho que perdeu tudo e eu levei um susto enorme com aquilo. Quando entrei em contato ele me forneceu esse produto para o teste. E foi interessante, porque o produto, se eu for te descrever, durante a aplicação ele parece um sabão e quando cai a geada, ela já escorrega".

O Sitio Capinzal, que fica na Serra da Mantiqueira, possui cafés cultivados em uma região de montanha, logo a geada trouxe para essa região uma grande preocupação. Na propriedade, a família possui um talhão que tem cerca de 50 anos. Hoje chamado como "talhão do professor", ele apresentou resultados incríveis durante a geada. "Nesse talhão eu percebi as folhas mais firmes na hora da colheita. As frutas maduras estavam mais uniforme e o grão estava maior, mais graúdo, tivemos uma boa produção", relata Paula.

Feliz com o resultado, a produtora conta que agora planeja continuar colaborando com a pesquisa e vai testar o produto em outra variedade e sem geada dessa vez. "Meu resultado foi excelente, produzimos um café de 88 pontos, um café de muita qualidade. Foi uma grata surpresa, porque estávamos tensos na época".

Mais produtividade e resistência de 80% contra ferrugem

Os testes estão sendo realizados há dois anos em lavouras diferentes. O produto foi testado em plantações de variedade Mundo Novo e Acaiá. O professor relata que, nos dois testes, os produtores pediram mais produtos após a geada. "Fizemos uma segunda aplicação e quinze dias depois veio outra geada mais forte e as plantas saíram sem danos nenhum. Ele realmente protegeu as plantas dos danos das geadas".

Os teste ainda mostram que com as 90 plantas controladas com o produto, houve aumento de 40 sacas para 53 sacas por hectare, além do ganho de peneira. E um dos grandes destaque da pesquisa foi a resistência que as plantas ganharam durante o teste.

"Ele deu uma certa resistência a dessecação, as plantas mesmo com 55 dias sem chuvas aqui no Sul de Minas, não perderam folhas e isso foi algo muito bom, ainda mais antes da colheita. E outro ponto interessante, é que ele aumentou as reservas da planta, garantindo a defesa dos frutos e da qualidade. E ainda tivemos a redução de 80% da ferrugem durante os teste, isso sem o uso de defensivos".

Segundo o professor, os teste agora continuam, porém em outras regiões e com outras culturas. Atualmente o produto é testado em banana, no norte de Minas, no setor de hortifrúti e no plantio de uva também no Sul de Minas. "Estamos ampliando os testes, pra ver nas outras culturas o efeito que ele tem". 

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